21.11.08

Tenho andado a evitar a palavra crise que se ouve por todo o lado. Simplesmente porque acho que isto é ciclíco, como as eras glaciares e, creio que se cada um se esforçar ao máximo e der o seu melhor consegue sempre manter-se à superfície. Ou pelo menos vir à tona de vez em quando, buscar grandes golfadas de ar para se aguentar uns tempos submerso a saber esperar. É como se acreditasse que todas as pessoas são, ou podem ser corredores de fundo...não sei onde fui buscar esta ideia optimista.

Ontem porém, vi na tv a Crysler, a Ford e a GM a pedirem apoio financeiro para não encerrarem (coisa nunca antes imaginável pelos meus olhos). Hoje soube que 3 bancos portugueses já pediram aval financeiro ao Estado. Não falando na corrupção de colarinho branco, a que já estávamos habituados por via do nosso sangue latino, mas que agora toma proporções impunes maiores que os assaltos a gasolineiras, porque isto são favas contadas dado o cenário mundial, e a memória da nossa gente é curta. Abreviando, a coisa está preta!

Assim sendo, só me resta arregaçar as manguinhas e trabalhar ainda mais que muito. Sim, eu acredito no trabalho e nos frutos que dele advêm, quer sejam poucos, incertos ou nenhuns a curto prazo. Acredito em semear para colher e, em saber esperar com dignidade como se matasse perdizes e faisões quando estamos em época de estorninhos. Chamem-me naif, lírica, não acreditem em mim ou até passem por cima dos meus valores pessoais (que tanto prezo e são a minha tábua de salvação muitas vezes) sem saberem do que falam. Pouco importa...sou uma formiga no carreiro.

4 comentários:

Leonoreta disse...

Aviso:

Estão a construir uma auto-estrada por cima dos carreiros das formigas.

Ass: uma formiga tresmalhada

SkinStorm disse...

Fura, fura, fura e faz outro carreiro

Leonoreta disse...

É o que faço, noutra direcção.

Mas também sei que sigo um pouco o estilo da Formiga Z e, mesmo sem parar de furar, não posso ficar indiferente ao facto de me estarem sempre a fazer mudar de direcção, de ter de construir novos carreiros, de passar a pertencer a novos formigueiros.

Antes de uma crise mundial, temos várias situações críticas, mesmo ao nosso lado, por baixo e por cima de nós, que temos de resolver. Não basta que nos encostemos ao facto de existir uma crise para justificar todas as dificuldades, injustiças e impunidades.

Não me interessa de nada dizer que acontece nos EUA, na Alemanha, onde quer que seja, como não há-de acontecer em Portugal!
Interessa-me que em Portugal haja maior justiça e é por essa que quero e vou lutar. Se me trancam o acesso ao que eu acho útil dizer-se na comunicação social, também não falarei daquilo que querem que eu diga e que, sabe-lo tão bem quanto eu, são falácias, nacos de algodão doce para engodar quem lê/vê.

Arrasada, mas não vendida. Prostituta do meu trabalho, mas não dos meus princípios mais básicos.

Como diz o PB, dificilmente me vais ver de bandeirinha, numa qualquer manifestação. Mas facilmente me verás nos bastidores a lutar por aquilo que acredito serem os direitos essenciais do ser humano e que, em Portugal, país onde vivo, estão a ser atropelados: a alimentação, a educação, a saúde e a justiça.

Não posso verdadeiramente importar-me com o que se passa noutro ponto do globo se fecho os olhos ao que se passa ao meu lado e, para abrir carreiros, tenho de saber para onde quero ir, ou estarei eternamente a abri-los ao acaso e ao sabor do que me querem impor.

E fazer rissóis também não é o meu estilo. ;)

P. disse...

Calma! Quando os Governos dão esmolas de alguns milhões, todos querem aproveitar para arrecadar dinheirinho ao preço da chuva.. é esse o problema..

E os gigantes como Ford, GM e coisas que tal.. apenas estão apertados porque não quiseram apostar em tecnologias que agora podiam estar a vender ao desbarato.. acharam que o petróleo ía ficar a 30 dólares para sempre.. podem agradecer ao patrão Bush pela crise em que se meteram! lol

Quem se vai safando são as marcas que apostaram em carros citadinos e económicos.

Tem calma.. isto é mesmo cíclico.. temos todos que acreditar que sim! Pensa assim: ao menos não andamos todos a pedir à porta da sopa dos pobres como aconteceu em 1929.. isso pode significar que sempre evoluimos uns pontos em termos de protecção da vida humana desde essa altura.. gosto de pensar que sim..