5.3.08



A cada vez que a reconhece e esquece é como se fosse a primeira. Quer possuí-la, protegê-la e, de seguida matá-la numa urgente repetição eterna. Para se esquecer que ainda sente. Ela faz o mesmo, por serem feitos da mesma matéria...e no entanto são distintos. Abraça-o até doer, para de seguida o aniquilar.

Esquecem-se ambos das suas existências na vida um do outro, assim como se recordam de rompante e, se eliminam mutuamente. Correm embatendo em si mesmos, tentando lembrar o significado do que já esqueceram. Acontecem-se um ao outro naturalmente, com espanto, deslumbre, paixão e ódio.

Só eles não perceberam que não vão a lado nenhum e, que os seus destinos estão traçados em espirais tensas, repetitivas, de encontros e desencontros. Marcados por sopros no coração, cicatrizes e tic tacs de bombas relógio...

Cada vez mais complicado fotografar, como se houvesse uma parede de vidro fosco ou um espelho que rebate na minha direcção e me cega de luz...

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